28 novembro 2006

Leitura Interrompida


A Lou Salomé e a Jan falaram sobre os livros que não gostaram, não terminaram, etc.
Aqui vão os meus.
Já terminei livros que não gostei, já engoli várias coisas pra ter a certeza que não digeria aquilo.
O que eu listo aqui não vem com anti-bula, não prego que não seja lido, apenas comecei a ler e detestei, por vários motivos.
Vamos lá.
Hilda Hilst, nem sei quantos comecei, só sei que parei e decidi nunca tentar decodificar: quem tenta desesperadamente ser tão hermético já me causa uma certa antipatia.Não desce.
Victor Hugo. Esse me deu dor de cabeça. Meu namorado na época adorava e queria me convencer (???????) que eu iria gostar. Não adiantou eu argumentar que eu lia desde os sete anos praticamente de forma initerrupta, ou seja, eu sei do que gosto ou não. E não gosto de Victor Hugo. E não gosto que insistam.
Um livro chamado Angus, de um fulano chamado Orlando Paes. Ok, se você olhar a capa, de gosto prá lá de duvidoso, já vê que é porcaria...mas tinha todo aquele clima de rpg, coisa e tal...tentei. E desisti em desespero.
Kant, Só vou dizer uma coisa: Deus que me livre.
Paulo Coelho, olha, as pessoas falavam tão mal que fiquei curiosa, adoro discordar dos críticos. Mas dessa vez não consegui: trivial, óbvio e pequeno.

O conto da Raquel ou O Belo Adormecido Da Engenharia


Esse pequeno conto foi escrito por minha querida amiga Raquel Stoiani como presente de dia dos namorados para seu marido Cristiano. Na verdade, me senti identificada com ela em vários momentos e como gosto muito de uma boa história de amor com final feliz, aqui vai.
Com vocês, Raquel.

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"Era uma vez...
“Era uma vez”? Sim,“Era uma vez”! Afinal, essa não é a expressão usual pela qual começam os tradicionais contos de fada, aqueles com direito a príncipe e tudo o mais? Pois então, “Era uma vez, em um distante reino”... Mas, “péra aí”, era uma vez, mas não em um reino... Aliás, quando o Brasil era reino, lá pelos idos do século XIX, Campinas nem deveria existir direito, quanto mais a Unicamp! Continuando: “Era uma vez, na Unicamp...”. Hum... Até aqui, tudo bem, mas não havia uma princesa. Havia, sim, uma garota sonhadora que, na falta de alguém para amar, amava a História e que, na falta de príncipes encantados montados em um cavalo, se contentava em admirar a foto de algum príncipe de carne e osso que aparecia vestindo jeans nas páginas das revistas francesas que ela costumava comprar.
Havia pouco tempo que eu estava em Campinas, para onde tinha me mudado com minha família e onde cursava História. Ali fiz muitas amizades no primeiro ano de faculdade. Algumas delas foram ficando pelo meio do caminho ao longo do curso, outras se mostraram realmente verdadeiras e duram até hoje, passados dez anos. Costumo dizer que são mais que amigos, são irmãos e irmãs cujo sangue que nos une é a paixão pela História. E foi no meio desses amigos que descobri que também era gente: que sabia dançar, que sabia divertir os outros, que era até bonita! Foi no meio deles, entre a preparação de um seminário que virava um barulhento bate-papo e a falta a uma aula que era substituída por uma cerveja e amendoins na cantina da faculdade, que o “patinho feio” se tornou um cisne. Descobri até que era capaz de seduzir! Mas era uma perda de tempo: os príncipes sempre viravam sapo depois do primeiro beijo!
Os bailes, quer dizer, as festas na faculdade eram muitas. Foi então que um dia, esperando o início de uma dessas festas, já cansada de beijar sapos, conheci alguém. “Até que enfim”! Não, quer dizer, este era o nome da festa, assim sugestivamente chamada por ser a última festa do início do semestre no campus.
Fada madrinha? Ah, sim, não se pode deixar de dar o crédito a aquela que, na época, era minha melhor amiga. Afinal, foi ela, que estava comigo antes do início da festa, quem reconheceu e cumprimentou um rapaz que ela se lembrava ter conhecido no cursinho. Ele, por sua vez, apresentou um amigo. E, na hora, o que mais chamou minha atenção foi a diferença entre aqueles dois rapazes. Diferença não só física, porque um era loiro, de olhos claros e o outro moreno, de olhos bem escuros, mas a diferença de temperamento, de tom de voz, de gesticulação. Eram diferentes como água e vinho, mas amizade tem dessas coisas. Eles se juntaram à nossa turma na festa. A noite voou, a festa foi ótima! Nós ainda nos encontraríamos algumas vezes, pela universidade. Mas havia um pequeno probleminha: eles sempre estavam juntos, não se desgrudavam. Era praticamente impossível conversar com o mais quieto deles, o rapaz moreno, de olhos escuros e jeito calmo, que sempre era meio eclipsado pelo amigo, mais extrovertido e conversador do que ele. E hoje penso se não foi justamente seu silêncio o que mais me seduziu.
Algum tempo se passaria até eu reencontrar este rapaz moreno e ouvir sua voz calma. Novo semestre. Estava eu almoçando, em companhia de um amigo, no “bandeijão”, o refeitório da universidade, quando alguém tampou meus olhos. Desta vez ele estava sozinho! Eu, então pedi que ele me esperasse na cantina do meu instituto, pois assim que eu acabasse de almoçar iria encontrá-lo lá. Para minha surpresa ele disse que sim! Ele saiu e a primeira coisa que eu resmunguei para meu amigo foi: “Porque vocês, homens, adoram mentir, hein? Aposto que quando chegar na cantina não vou encontrar nem a sombra dele...”. Mas, para minha extrema surpresa, lá estava ele, com sombra e tudo, sentadinho me esperando. E foi aí que comecei a me apaixonar.
Uma pena que a Cinderela ou a Branca de Neve não contassem com a ajuda de um computador. Sim, porque para mim, ele foi fundamental! Corri à secretaria do meu instituto, onde conhecia os funcionários, e não sei com que desculpa consegui, com alguns dados dele, puxar seu histórico e sua grade de aulas. Além de descobrir as horas e os lugares de aula dele, eu ainda descobri que ele havia estudado no Colégio Militar de Brasília! Eu mal podia acreditar: tínhamos a mesma idade (ele era apenas vinte dias mais velho do que eu) e tínhamos vivido na mesma cidade durante a adolescência (e provavelmente tínhamos freqüentado os mesmos lugares). Além do mais, ele havia sido aquilo que eu considerava na minha adolescência a perfeita reencarnação do príncipe encantado: um “reco” do Colégio Militar (assim se costumava chamar os rapazes que estudavam ali e sempre tinham que ter o cabelo bem curto). Não, eu mal podia imaginá-lo de uniforme, usando aquela charmosa boina vermelha. E de farda de gala, então? Mas essa mesma imaginação que me deleitava se voltava contra mim: “Será que ele tinha uma namorada? Ela poderia ser de Brasília. Ou quem sabe ele gosta de alguém?”.
Criei coragem! Não, não é o que vocês estão pensando. Na realidade, antes de me declarar a ele, eu me declarei ao amigo dele. Quero dizer, disse ao amigo dele o que estava sentindo e pedi sua ajuda. Ele muito gentilmente disse que faria o impossível para que nós nos “esbarrássemos”, assim, por um acaso, pela faculdade. Fiquei sabendo até que ele era como o Garfield, adorava uma lasanha (posteriormente descobri que ele também detesta segundas-feiras, porque nelas, coincidentemente ou não, ele sente fortes dores de cabeça). Mas nunca vou me esquecer do que ouvi, por último, do amigo dele: “Por favor, esteja bem certa dos seus sentimentos. Eu não gostaria de ver meu amigo sofrer”. “Ai, que responsabilidade!”, pensei eu.
Deixei um pouco de lado os contos de fada e resolvi partir para leituras mais agressivas. Que tal Maquiavel? Não havia sido ele quem escrevera... O Príncipe?! Perfeito! Pois se, segundo a sua teoria, os fins justificam os meios, e se meu “fim” era um “happy end” com meu príncipe, porque não lançar mão de alguns truques? Aí deu de tudo, desde deduzir pelo horário dele que ele iria jantar no “bandeijão” (porque ele teria aula à noite) e ficar plantada na saída para simular um encontro casual, até planejar festa para ver se ele aparecia. Contudo, eu me esforçava e o máximo que recebia era o tratamento que ele dispensaria a qualquer amiga. Minhas táticas maquiavélicas pareciam não estar funcionando...
Como tudo isso terminou, ou melhor, como começou? Com um pedido de desculpas e uma caixa de “Ferrero Rocher”, que sempre que vejo na prateleira do supermercado me lembra do dia em que decidi ir a casa dele, em um sábado, próximo da hora do almoço. Confesso que minha intenção era apenas entregar a caixa de bombons e uma carta na qual me desculpava por, dias antes, ter sido “meio grossa”. Segundo meus planos, eu tinha certeza de que um dos rapazes que dividiam a casa com ele iria atender a porta, dizendo algo como “Ele não está” e eu apenas deixaria os bombons e a carta. Caso ele estivesse eu não pediria para chamá-lo porque estava tão envergonhada por ter sido grosseira que, na realidade, estava sem coragem de pedir desculpas ao vivo. Eu não queria encontrá-lo. Se a primeira parte do meu plano deu certo (sim, um dos rapazes havia atendido a porta), o resto foi por água abaixo. Quando o rapaz pediu um momento, antes de me responder se era a casa certa e se o fulano estava, e sem mais explicações saiu, me deixando ali plantada, com uma cara de boba segurando aquela caixa, eu pensei: “O que eu estou fazendo aqui?”. Mal tive tempo de concluir meu pensamento e surgiu diante de mim uma figura totalmente despenteada, com a cara toda amassada e jeito de que acabava de ser sacudido da cama. Até hoje ele se envergonha quando se lembra dessa aparição que para mim foi tão bela quanto uma obra de arte, não sei, como um Davi, de Michelangelo. Ele não sabe também dizer porque àquela hora ele ainda estava dormindo. Quem sabe não foi um conto de Bela Adormecida às avessas? Mas o “Belo Adormecido” estava bem acordado quando recebeu o beijo! Depois desse beijo, outros viriam, assim como também um pedido de namoro e depois um pedido de casamento. Ano que vem este beijo completará seu décimo aniversário...
Talvez, eu pudesse concluir dizendo “E eles se casaram e viveram felizes para sempre”, revisitando, mais uma vez, os jargões dos contos de fada. Mas, não. Porque esta é a frase que indica o fim do conto e, para mim, ele não acabou, pois se constrói a cada dia entre uma bruxa malvada e uma maçã envenenada que você tem que engolir, entre a perigosa tarefa de se matar um dragão e uma roca na qual se espeta o dedo, como também na simplicidade de acordar todos os dias ao lado de quem você escolheu para compartilhar sonhos e pesadelos e no feitiço inexplicável de dizer e ouvir um “Eu te amo”.

23 novembro 2006

Provas


Quando me divorciei, eu ainda corrigia vestibular.Agora já estou salva desse trabalho de preso, terrível, cansativo e estressante.
Claro que é uma honra participar desse evento,ainda mais sendo vestibular Unicamp, mas o preço pago é alto, não dá.
Nesse caso, eu tive a brilhante idéia de ler a A Peste.
(Agora me diz, quem, em sã consciência, no meio de uma separação, lê Camus e corrige vestibular? ah, fala sério.)
Era mais ou menos assim " espera ai um minuto que vou cortar os pulsos e já volto. Com faca cega, de pão."
A amiga que fazia dupla de correção comigo estava com o pai doente, por isso, também andava esquisita, como eu.
A gente tinha um bizarro ritual, todo dia, como quem pergunta "tomou café" ou algo assim, a gente perguntava " e ai, chorou hoje?"
E a outra respondia, natural, sem expressão nenhuma., amorfa: 'Ah, não...deixei pra chorar à noite" .ou..."sim, dei uma choradinha básica de manhã".
O stress era tão profundo que havia se trivializado: a gente falava dele como quem fala de batatas coradas.
As horas eram passadas na correção initerrupta da mesma, mesma, meeeessma questão. Caixas e mais caixas, com respostas maravilhosas, respostas idiotas, respostas engraçadas , respostas curiosas.
Hoje em dia existe toda uma estrutura, horário de almoço,de entrada, de saída.
Na época não. A gente entrava, sentava e ...mandava ver.
Quando estava verde de fome sai e comia algo. Voltava e continuava em uma pressão formidável.'Gente, olha o prazo...a gente não pode estourar o prazo...ainda faltam sei la quantas caixas!!!"
Nesse ano, em função disso, a gente parou o vestibular.
Só duas bancas - não me lembro as disciplinas - pelegamente continuaram. A gente parou, sentou e disse que não voltava nem a pau.
A gente conseguiu umas pequenas melhoras nas condições de trabalho, coisa que foi melhorada no decorrer dos anos.Mas que causou um auê...ih, causou.
Algumas coisas aconteciam sempre: o povo da Matemática cantava Ave Maria as seis da tarde, com direito a performance.
Lá pelas tantas alguém surtava, chorava, queria ir embora. Algumas vezes ia mesmo e os coordenadores encaixavam alguém da reserva.
Algumas vezes surgiam pelejas em torno dessa ou daquela resposta, a coisa demorava mais. Ainda que corrigindo a quatro mãos, às vezes era preciso chamar a coordenação. ( uma responsabilidade grande, lidar com o sonho daqueles garotos.)
Sobrevivi a essa e outras correções ( a essa e outras separações também) e fico pensando o que me fazia continuar, exatamente o que me motivava. A grana? O desafio?
Não sei ao certo, o fato é que hoje não faço mais isso.Não corrijo vestibular, muito menos lendo A Peste, claro.

22 novembro 2006

A mais nova integrante da família


Faz mais ou menos uma semana, eu estava na Pet Shop de costume, comprando ração pra Sookie, a gatinha do Daniel.
Conversando com V, a dona da loja, soube que ela tinha feito mais um de seus resgates. ( nota: V., veterinária apaixonada por animais, adota cachorros largados, arrebentados e machucados. Ela simplesmente não pode ver, pára o carro e pega o bichinho, em sua chácara moram 33 desgarrados! Outro dia pegou um que tinha sido queimado vivo com óleo. Colocou nele o nome de Chicão, porque fez promessa pra São Francisco pra ele ficar bom...)
Era uma cadelinha vira lata, pequenininha, choramingona, que tinha sido abandonada em um trevo muito movimentado.Largada no meio do intenso tráfego de caminhões, pra morrer mesmo.
Eu confesso que nunca fui muito afeita a cachorros, sempre tive gatos e sempre gostei da independência dos felinos. Mas olhei pra cadelinha e foi amor a primeira vista. Falei um segundo com Daniel, que já estava carregando-a e batizando com o breguíssimo nome de ...''Renildes".
(Pois é, eu tenho uma cachorra que se chama "Renildes"....rs..o que combina com sua carinha de fome, diga-se de passagem.)
Renildes chegou em casa com tanto medo que não andava. Não pode me ver com vassoura ou rodo na mão, se esconde atrás do sofá e chora, mostrando pra gente que apanhou muito. Quem consegue surrar uma cachorrinha filhote? Coisa doida...
Ela é tão bobinha, que levou já meia dúzia de tapas na cara bem dados pela Sookie, que , muito ciumenta, disputa território. Ao invés de latir ou reagir, corre e se esconde, pequenina e medrosa.
E fica lá, encolhida, morrendo de medo da gata.
Aos poucos percebeu que a casa é dela, não se cansa de pular no meu colo, no Daniel, sempre muito cheia de lambidas e risadinhas caninas.
Ainda não sai de casa, apenas ontem, quando fui molhar umas plantas, arriscou uns passinhos fora da sala, sorrateiramente. Voltou correndo, tremendo e pulou no sofá.
Bem vinda , Renildes, a mais nova integrante da família!

21 novembro 2006

Um dia cinza



Roda viva
Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

Domingo


Saimos aqui de Campinas antes das nove horas, no domingo. Eu, Daniel e outros professores aqui da faculdade, entre eles Tarcisio - que está linkado aqui.
A programação foi: exposição de arte grega na Faap, almoço no Mercadão e tarde no Museu de Língua Portuguesa.E foi ótimo.
A exposição está bacana, a despeito de algumas críticas que se posicionaram contra a "ambientação" das peças, eu particularmente gostei desse esquema de elaborar um pseudo-cenário: na exposição dos guerreiros chineses isso ficou muito bacana e no Brasil 500 anos, simplesmente maravilhoso.
No caso DESTA exposição, no meu entender, se criou um clima de valorização das peças. Daniel discordou, achou brega.
O almoço no Mercadão foi, claro, aquele hiper sandubão de mortadela, muito, muito gostoso mesmo. O único problema foi a pimenta, minha inseparável companheira, que só chegou junto com a conta.
Fiquei perdida naquela imensidão de temperos, queijos, frutas exóticas. Uma mistura de tudo, uma tradução de São Paulo pros sentidos.
O Museu de Língua Portuguesa foi fantástico: a concepção da interatividade é muito sedutora, a possibilidade lúdica das atividades - em especial no Beco das Palavras, onde é possível, literalmente brincar com as palavras - torna desconhecidos parceiros: as pessoas acabam por se ajudar dentro das atividades, rindo juntas, comentando, descontraídas.
Essa nova compreensão do que pode vir a ser um Museu, onde o visitante pode interagir com as peças e informações é algo que me deixa muito feliz.
Ainda vou escrever um projeto pra fazer uma atividade mesclando RPG, Live Action e algum museu bacana...preciso sentar e pensar. Já namoro essa idéia há tempos.
Foi um domingo delicioso e a possibilidade de passa-lo junto com meu filho, meus amigos e meus alunos, deixou ainda melhor.

13 novembro 2006

Encontro ex- alunos unicamp



Nesse sábado, participei do I Encontro de ex alunos da Unicamp, que comemora 40 anos.

Ainda vou contar mais sobre isso, mas ai vai uma prévia:

* Foi incrível ver tantas gerações juntas, tinha gente de 68, 74, 85, 93...uma coisa doida. Tinha gente com família, tinha gerações de estudantes ( A E. , formada em Ciências Sociais (75), tem dois filhos também formados pela Unicamp e já

leva neta, pra "acostumar com os ares de lá").

* Foi a primeira vez na vida que vi Bandeijão ser aplaudido...sério: pra quem nao encara uma filinha básica de Bandeijão há anos, tudo é festa. Quando um dos organizadores disse que o churrasco comemorativo seria lá, alegria geral e muitas palmas....rs

Nós na fila do Bandeijão:

( eu, a Raquel, o Cristiano e mais um povo)

( Raquel - toda linda, de vestido, salto alto, vestida pra matar)

- Tô realizando meu sonho....rsrs....descer a plataforma do Bandeijão de salto alto....

( Cristiano - procurando ) - ué, cadê as tias? (* funcionárias que servem as bandeijas)....pô, sem elas nem tem graça....ah, olha lá a tia-chefe!!!

( Vivien - rindo) - vocês sabem que vou escrever tudo isso lá no meu blog, né?

( Cristiano ) - agora conversar com vc é assim...."tudo o que vc disser poderá ser usado contra vc no meu blog!!!!" ...um perigo!!!..rs

( Vivien) - Quero falar aquilo que vc disse antes, Raquel...sobre os homenageados....

( Raquel) - ah, homenagearam os "bandeirantes",...que vieram de facão desbravar a unicamp...rsrs

**********( papo mulherzinha , só eu e Raquel)****************

( Raquel) - vc conheceu Fulano, Sicrano, Beltrano..?

( Vivien) - esse sim...esse não...balbalablabablab.....

( Raquel) - eu não ia muito com a cara do Fulano...muito sarcástico, muito irônico.

( Vivien ) - eu sempre gostei dele, era meu amigo. Ô Raquel, vc ainda não aprendeu que homem quando faz isso é cena pura??? magiiina, tudo bebezao....rsrsr

( Raquel) - ele era muito mulherengo.

( Vivien- engasgada de rir) - Fulano??????....ta maluca? só papo, não pegava nada...nem sapato,nem gripe...rsrsr...

( Raquel ) -É mesmo?

( Vivien) - Tô dizendo pra vc, só cena.

( Raquel) - Isso comprova minha teoria "medieval".....quanto maior a muralha, menor o castelo.

( gargalhadas )

********************* na Engenharia Mecânica *******************

Por lá foi bacana, depois que saimos do Ginásio, onde foi a recepção aos participantes, fomos pros institutos. Passamos na Mecânica porque o Cris é de lá.

Havia uma apresentação bem bacana , informal, as listas com os integrantes desde mil novecentos e guaraná com rolha estavam lá, um cd com fotos de muitas gerações: trabalhos, festas, projetos....muito bacana. Gostei.

**************** No IFHC********************************

Meu instituto, com sua habitual e insuportável mania de ser blasé ( tem coisa mais babaca do que achar tudo babaca???) , não organizou nada. Revi algumas pessoas, sentamos , rimos e papeamos. Combinamos de tentar organizar algo pro ano que vem, já que esse encontro parece que vai entrar nas atividades anuais.

Eu acho que esse resgate da Memória, para além da nostalgia, tem uma importância histórica, importância na própria construção da nossa própria identidade e da universidade.

Rever e achar idiota isso ou aquilo tem um poder terapêutico!

Foi bom, gostei e me emocionei ao observar o blog do evento, as fotos antigas, a mudança das pessoas, tudo isso. Mexeu comigo e adorei isso.

@@@@@@@@@ ATUALIZAÇÃO @@@@@@@@@@@@

Escrever um blog é algo curioso, alguns amigos permitem que cite seus nomes, como é o caso da Raquel, por exemplo. Em geral, pra evitar problemas , eu coloco a inicial.

Eu tenho um amigo que me proibiu de falar dele e mesmo assim pergunta se nesse ou naquele texto estou falando dele, não C., não estou falando de vc.

Tenho um ex que me deu uma bronca, mas nem ligo e vou escrever sobre ele de novo...

No caso DESTE texto...alguns amigos me escreveram, se encaixando e se imaginando como sendo o objeto do papo "mulherzinha". Como eu disse pra quem me escreveu: estou falando de outra pessoa, ok? No neuras.

Principalmente vc, D., jamais me referiria assim sobre vc, fica frio!!!!!!!!

@@@@@@@@@ Atualização @@@@@@@

09 novembro 2006

Ainda Sandman.....


Acho que o fascinante do sonho é que tudo é absolutamente possível ali.
No post anterior, eu falei dos sonhos lúdicos..ops...lúcidos...risos, onde existe a consciência de que se está sonhando.
Nunca li nada sobre isso, o máximo que vi foi uma comunidade no orkut, ou seja, nada.
Acho que o que me atrai nesse tipo de sonho é o poder que se tem e a ausência de consequências: assim....é possível falar e fazer qualquer coisa, sem a preocupação com o que vai acontecer depois. Preocupação essa que rege a vida da gente cotidianamente.
O mundo onírico é a possibilidade de se lançar ao desconhecido sem medo nenhum.
Que delícia.

08 novembro 2006

Mister Sandman, help...


Simplesmente não consigo dormir.
Sempre tive longas e boas horas de sonho, um incrível universo onírico - não é à toa que Sandman é meu personagem favorito dentre os incríveis de Neil Gaiman . E eu tinha até um troço que - me disseram - se chama Sonho Lúcido( que , em linhas gerais, é o fato de você ter consciência que está sonhando...viagem total), mas agora, não durmo.
Demoro pra pegar no sono, acordo toda hora, não tenho mais sonhos lúcidos e quase nem lembro dos sonhos.
Eu que tinha histórias hollywoodianas pra contar.....com homens virando dragões e outras coisas assim...
Mas ontem foi ainda pior: o sono foi pra outro lugar que não a minha mente.
E os gatinhos da Sookie resolveram fazer um baile funk em cima da minha cama. OK. Filhotinhos são lindos, mas de madrugada, com as horas indo embora e eu sabendo que tinha que pular da cama às seis...? tortura.
Resultado, estou com sono agora. Estou com uma enorme pilha de provas pra corrigir, o que também aumenta meu sono, claro.
Mas tudo bem, hoje vou dormir como uma pedra - uma pedra que sonha, óbvio - e depois posto o sonho. Mister Sandman...help....

06 novembro 2006

o "happening"


Há vinte anos eu fazia teatro amador. Essa foi minha primeira coisa "inconfessável" dita aqui no blog,no meu primeiro post. "Inconfessável" porque teatro amador é de amargar mesmo.
Uma das coisas que a gente adorava fazer era happening, ou seja, uma cena em lugar aberto, pra "interagir" com o público, "estudar as reações" e outras papagaiadas que a gente repetia.
Traduzindo em miúdos, a gente criava uma situação em público e mandava ver, o povo não sabia que era teatro ( e era?) e acaba se intrometendo. Tenho que admitir que era divertido.
Mas não era por diversão, era com toda seriedade de quem está fazendo laboratório. Porque a gente ia mudar o mundo, vocês sabem....
Volta e meia um comprava sal de frutas, enfiava na boca e caia babando no chão....as pessoas paravam ( ou não), ajudavam ( ou não), riam ( ou não) e a gente pilhava, observada, palpitava. Depois levantava e ia embora.
Uma das vezes, alguém quis fazer algo mais ousado (?). A cena seria uma mulher ciumenta surtando com outra. OK.
Foram formadas as duplas: o casal da surtada e o casal da que faria a outra surtar. Eu estava no último casal.
Isso aconteceu em fins de 80, na frente do City bar. Olha que mico fantástico...
A gente - eu e meu "namorado" no happening - chegou e cumprimentou o outro casal, eu fui mais efusiva e a tal "namorada" simulava descontentamento, cruzava e descruzava os braços, bufava, bem discreta...rsrs
Não me lembro em qual momento ela começou a gritar comigo. Seu papel era daquelas mulheres mandoninhas, dedo em riste, insuportáveis, sacumé?
Também não sei quem começou, mas em segundos eu estava dando bolsadas na cabeça da infeliz e ela me chutando.,....tudo furiosamente, pois a gente achava - na nossa pouca ou nenhuma leitura acurada - que o método stanislawisky era isso, "entraaaaar" no personagem.
Eu fiquei com uma marca na perna por semanas, pois nessa época - em uma outra vida portanto...- meu uniforme era mini saia e tênis e era isso que eu usava quando a surtada me acertou.
Os outros do grupo colocavam pilha, alguns engrossavam a turma clássica do deixa-disso, tinha de tudo. Saí de cena e o "namorado" da que fazia papel de mandoninha - que tinha um ego bem interessante...daqueles que chegam alguns minutos antes da pessoa- resolveu aparecer.
Vai vendo.
Como a briga tinha dado ibope, ele não quis ficar pra trás, berrou, quase afogou a fulana na fonte, aumentando o barraco.
No final, quando o grupo mostrou que era encenação, quase voou uma garrafa da mão de um bêbado que estava ali, participativo no limite.
O mais curioso disso tudo, é que era realmente levado à sério, não era molecagem....era uma forma de "arte revolucionária" (??????) que iria mudar o panorama medíocre que existia...
A gente discutia com uma suposta propriedade, autores que a gente lia com a testa, quando lia.
Como um jovem pode ser pedantemente burro...! E como é divertido ver isso depois.

01 novembro 2006

....E é assim que sou....


Exagerado
Cazuza
Composição: Cazuza / Ezequiel Neves / Leoni

Amor da minha vida
Daqui até a eternidade
Nossos destinos foram traçados
Na maternidade
Paixão cruel desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar
E por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
E por você eu largo tudo
Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Jogado aos teus pés
Com mil rosas roubadas
Exagerado
Eu adoro um amor inventado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado