29 junho 2007

Uia!




Acabei de ganhar esse presente no blog da Luciana, a-d-o-r-e-i>

Fiquei pensando nessa questão das escolhas e escolhi sete blogs que leio sempre, muito e que se não leio, tenho síndrome de abstinência.
As regras estão aqui.


Lord

Tati

Carol

Valter

Márcia

Imprensa Marrom

Lulu

27 junho 2007

Vixe, eu sou a Malu Mulher!


Eu era garota e via essa socióloga, mãe e divorciada, descabelada, cheia de chiquérrimos problemas. Não, não tem a menor lógica, mas eu achava aqueles problemas tão chiques...vejam vocês.Sério mesmo, achava tão peculiar, tão feminista, tão tudo.
Outro dia, conversando com uma amiga, tive essa sacada fatal: " eu queria ser a Malu Mulher e agora sou."Cara, só tem um nó nessa questão...agora não quero mais.
Tenho que pensar em outros personagem pra enfiar super ego adentro e fazer isso virar realidade.
Vocês tem alguma boa sugestão?

Amorais tratados com danoninho


Eu estava lendo a Maristela e ela estava falando sobre os garotos que espancaram a empregada doméstica no Rio.
O acontecimento em si dá engulhos, a "justificativa" dos agressores idem: disseram que confundiram a moça com uma prostituta. Ah,então tá.
A declaração abjeta de um dos pais, que argumentava que as "crianças estão na faculdade, tinham caráter e não podiam se misturar com os outros presos".
Nisso eu concordo: já imaginaram que perigo? Um zé mané que roubou uma bolsa e está preso ao lado desse grotesto filhinho de papai espancador?? Um perigo, realmente.
Quando vejo as manifestações anti violência me irrito, como já disse anteriormente, não vejo uma discussão criteriosa sobre os motivos do aumento da criminalidade, não vejo uma discussão efetiva sobre a questão social e econômica.
Tenho certeza que os pais desses delinquentes riquinhos fazem parte do seleto grupo dos apoiadores da pena de morte e outras besteiras.Mesmo criando esses monstros amorais, ainda vão fechar a janela do carro com violência diante de qualquer pedinte, reclamando da violência da cidade.

Mudanças (39 músicas - 33)




Mudanças nem sempre vem da forma como a gente quer, nem no momento que a gente quer.
Há alguns anos, quando me separei de R., me mudei para um apartamento onde passava muito tempo pensando nisso e ouvindo essa música.
Na época parecia a melhor tradução do que tinha acontecido com a gente.
E pensava quando as mudanças não são nossas escolhas, mas parece que a gente é escolhido pela mudança.
Mas mudanças podem sempre ser boas. Pelo menos, quero pensar assim.

25 junho 2007

Almir Sater e seu violão (39 músicas - 32)


O Sesc é realmente um achado: bons shows, boas exposições, bons preços. Há algum tempo fui ver Blues Etílicos, Marlui Miranda e outras feras, com preços irrisórios e público interessado e interessante.
Mas quarta passada foi um marco: ver Almir Sater é um marco.
Já falei o quanto Trem do Pantanal mexe comigo neste post e fui doida pr ouvir.Fui com C., amiga e vizinha. Por lá, encontramos L. e A. levando a filhinha linda, encontramos A. e H. após o show, curtindo parte da festa tão gostosa.
A estrutura da festa foi interessante: a idéia foi fazer uma festa latino-ibérica, com o slogan : "o que o mar separou, a cultura uniu".
Assim, chegamos a tempo de assistir a apresentação do Anima, delicioso, vibrante, envolvente ao extremo.
Pouco depois, ELE surge no palco. Lindo com aquele jeito calmo e pantaneiro, maravilhoso com seu jeans e camisa branca, confortável com seu chapéu. O único homem que sabe usar chapéu sem parecer um idiota. E o chapéu fica tão lindo, tão verdadeiro, que por um momento me perguntei por que todos os homens não usavam, só pra fazer aquele nostálgico e delicado gesto de tira-lo para cumprimentar.
Taí, Almir Sater no palco e o público curtindo muito, quer coisa melhor?
Um violão que pelamor, vai tocar bem assim lá longe. O cara é bom, o cara é fera.
Um amigo me diz que detesta quando vai em show e todos cantam, porque ele quer ouvir o cantor( ou cantora). Mas vamos combinar que ouvir aquele povo todo entoando uma música só, é algo eletrizante.
Na hora que ele começou essa música aqui, foi delirante, foi um público inteiro fazendo as pazes com suas ansiedades, foi um mantra, um culto.
Foi delicioso estar lá.


********* atualização ************

Beijos e obrigada ao Lipe e a Tati, que me deram mais selos de "Blog com tomates", prêmio que adorei.
Valeu, queridos.

21 junho 2007

"senhor MacGee não me irrite, não gostaria de me ver zangado.."



Eu tenho bom humor quase todo o tempo. Não sou dada a deprê, quando fico mais abatida por um ou outro problema, me recupero rapidamente. Não sou de nhémnhémnhém. Nesse ponto, muias vezes sou intolerante comigo mesma, fico de bode e acho que é falta de um tanque de roupa suja, como já disse no post abaixo.


Mas tem um pequeno, pequeninho, ínfimo, suave problema: sou facilmente irritável.


Pronto, aí é fogo. Abro a boca e o espírito fala, pronto, quando vi já vomitei uma cretinice, já dei uma patada.


Quem assistiu Incrível Hulk nos 80 me entende: sabe aquele momento do episódio em que alguém irrita, irrita, irrita e ele dá aquela virada pro lado, com o olho vidrado e bum!, vira o monstro cheio de bílis? Taí. Eu me identifico totalmente. Meu sonho era ter aquela força descomunal para socar o imbecil que me chateasse.


Msa só fui notar que dava a tal "paradinha" antes do coice, quando a Frou me disse isso, ainda na graduação.:


- ih....- risos - ela deu a "paradinha".....


Por isso ela disse que só quem me conhece sabe a cara que fiz nesse dia aqui. Eu queria voltar pro divã e escolhi o terapeuta da maneira mais burra possível, no dedômetro, ou seja, peguei uma lista de médicos e onde o dedo parou, liguei.


Liguei, marquei, fui.


O cara me atende, me diz bom dia e me manda sentar.


- Dona Vivien , a senhora tem problema de nervoso?










(respostas possíveis)




- não, dotô, num tenho probrema nos nelvo não.




- ah, dotô, num fala assim que fico com sistema nervoso!




- onde você estudou? faculdades unificadas de santo antonio da panelinha??




- vá a m****.






Não, não respondi nada disso. Só não voltei mais.

17 junho 2007

"Fuck,Fuck, Fuck!!"


Domingo eu vi na Folha essa "dica" de poder de síntese.
Divirtam-se.

Códigos Secretos



Acho que a primeira vez que o Daniel grudou pra valer em um livro, foi com Inferno da Patrícia Melo. A gente tinha acabado de assistir - novamente - Cidade de deus e estava conversando sobre o filme, quando sugeri que ele lesse esse romance. Não pensei que fosse cair tão de cheio na história, fiquei feliz em ver isso.


Além da agilidade deliciosa e da peculiaridade dos personagens, a autora demonstra uma familidade com os códigos de conduta internos da favela que impressiona.


Me lembrei de coisas que vi na Baixada. Os dez anos que passei lá estão impressos em mim, mesmo tendo me mudado em 1985. Apesar de não ser um cotidiano tão dramático quanto de uma favela - que nunca conheci por dentro - a Baixada é um lugar peculiar: pobre ( com vergonha da pobreza), cafona, alegre, multicultural sob alguns aspectos, colonizado culturalmente sob outros, quase familiarizado com a violência.


Daniel ri da minha cara quando conto sobre moda e gírias, em especial, ri dos códigos de conduta, que são estranhos a ele em função do tempo e do espaço.


Apesar de morar há tantos anos longe de Caxias, acho que muito da Baixada está guardado no recôndido ( adoro essa palavra ) da minha mente. Em especial, quando me irrito, batata, baixa a caxiense de frente. Então, algumas máximas voltam com força total , como "isso é falta de um tanque de roupa suja!!!" - cuja versão mineira de um amigo meu é "isso é falta de carpir um quintal!!!" - que eu acho ótima também.


Talvez realmente seja possível sair de um lugar sem tirar totalmente esse lugar de si mesmo.

Aquela questão de carregar o gueto em si mesmo, expressa por aí em músicas, é real. Não que eu me sinta "em casa" por lá. Na verdade, nunca me senti dentro de tribo nenhuma e já disse isso aqui.

Mas carrego alguns códigos, que não estão gravados em mim de forma racional, mas forma subjetiva e , portanto, intensa.


Patrícia Melo constrói personagens muito interessantes: reais, sem glamourização da pobreza e sem desabona-los. Reais e ponto.E a narrativa parece efetivamente vir de dentro da favela, da lógica da favela, da estranheza do asfalto.


Qualquer dia conto minhas aventuras caxienses, por hora, minha dica é ler Patrícia Melo.

16 junho 2007

39 músicas (31)



Eu dancei lambada. Confesso. Aliás, pior do que isso, dancei bem e gostei. Vixe maria, como gostei. Não sei que porque esse modismo acabou, mas enquanto durou, no começo dos 90, eu dancei pra caramba.Eram fatais em todas as festas na graduação: o povo todo rebolava. Só não jogava o cabelão, porque na época era adepta do estilo curtíssimo. Mas adorava ser rodopiada por ali. Essa daqui quem se lembrou foi M., amigo queridíssimo que me abriga pra assistir Heroes em deliciosas maratonas. Ele fez todo mundo na mesa rir ao lembrar o nome da banda....Kaoma.

Nunca iria me lembrar sozinha, mas bastou ele falar pra todo mundo cantar: "choooooorando se foi....", morrendo de rir.

O único namorado que tive que realmente sabia dançar bem
( *suspiro*) foi esse que falei em um post abaixo. Confessa aí, você gostava de dançar também?

Quem, quando e onde


Acho interssante essa lista que tenho aqui do lado, gente que leio e que fui descobrindo aos poucos. A Urubua eu descobri no Xôn que eu descobri no Lipe que eu descobri na Cynthia. O Rafael eu descobri em um barraco na blogosfera. A Cláudia, Clélia e Arnaldo descobri na Tati.

O Zander descobri na Anna que eu descobri no primeiro blogueiro que li, há quatro anos, cujo blog nem existe mais.
Alguns dos blogs aqui do lado, descobri mexendo no meu contador: via a pessoa vindo ler várias vezes, linkando e se eu não fuçasse nesse tal contador, nem saberia. Perderia a oportunidade de ler ótimos blogs. Fiquei curiosa pra saber como essas pesssoas e outras que passeiam por aqui, acabaram chegando aqui na minha Casa.

Então, me contem, como me descobriram?
**** mudei a cara do blog e acabei perdendo os links, tentei refazer a lista, não sei se consegui colocar todos de volta, então, se você estava linkado e não consta mais, deixe seu endereço para eu dar uma arrumadinha nessa Casa.****

A morte e a morte da Educação


A Educação morreu. Como professora, eu teimava em não acreditar. Que agonia.
Agora eu tenho certeza, morreu.
O último a sair, apague a luz.

15 junho 2007

Todas as dietas do mundo


Não sei se fiz todas as dietas do mundo, mas que tentei, tentei. Já falei sobre isso antes, já fui mais gorda, já fui mais magra, já fiz mais dietas, já deixei prá lá.




Provavelmente a primeira dieta deve ter sido com uns 14 anos, mais ou menos. Era uma daquelas com cardápio reduzido, horroroso, etc e tal.




Funcionou e "desfuncionou" rapidamente. Tentei a da lua: 24 horas tomando líquidos na mudança da lua. E estou falando sério. Muita limonada pra "matar" a fome, muito caldo magro de qualquer coisa. Eu ficava meio zureta, mas não comia nada. Na época, fazia um monte de ginástica e sauna, me pesava em todas as balanças que encontrasse e nunca achava que estava indo bem. Sempre queria emagrecer mais.




Fiz a da sopa: uma sopa nojenta que poderia ser tomada durante toda a semana - na quarta feira a era melhor ficar em jejum do que comer aquela meleca - junto com um cardápio totalmente desequilibrado. Emagrece que é uma beleza. Só tem um porém: com duas colheres de arroz da semana seguinte, você retorna ao peso anterior ou ganha mais alguns.




O mais louco disso tudo é que nos jejuns prolongados muita gente acaba sentindo o prazer mórbido da fome. Pode parecer loucura, mas depois de um tempo, isso é plausível. As anoréxicas que o digam. Perigoso isso, horrivelmente perigoso.Mas absolutamente real. A fome deixa de ser ruim pra ser bnoa - não me peçam pra explicar, porque loucura a gente não explica.




A última dieta louca que fiz foi a de Atkins, cortar os carboidratos e mandar ver na proteína. Emagreci um monte, engordei tudo de novo. Óbvio.




Agora eu não faço mais nenhuma dieta retardada , nem dieta correta , coisa que eu deveria fazer. Mas já passei por essas, inclusive com "aval"médico. Eu sabia qual médico era mais criterioso, qual era mais sem noção e dava bola na primeira consulta ("toma essa fórmulinha e vamos resolver isso"), afinal de contas, médicos irresponsáveis que dão inibidores de apetite pra menores de idade são uma realidade. Eu sei porque tomei.




Só fui em uma nutricionista uma vez e - mesmo depois de contar sobre minha rotina corrida da época, da impossibilidade de cozinhar todos os dias e da necessidade de comer fora de casa - ela me passou uma rotina com estilo dona de casa perfeita, com cardápio rigoroso e pré-definido. Em outras palavras, totalmente fora de minha realidade.



Todos esses anos me ensinaram que a única estratégia para emagrecer é a reeducação alimentar: emagreci 17 quilos desta forma.



Mas o estranho é saber e realmente não fazer isso corretamente, ou seja, ganhei uns desses quilos de volta. Presente de grego.



Mas acho que o pulo do gato é controlar a ansiedade. Acho que eu precisava ir pra um grupo no melhor estilo AA, sacumé?



"-Meu nome é Vivien e eu estou há três dias sem me jogar de cabeça no chocolate!"



- oi, viiviennnn...!"



Enquanto isso não acontece, eu começo outra dieta.
( post dedicado a Carol)

14 junho 2007

Dica da tia Vivien XI


Os blogs foram a descoberta do século para mim. Eu sempre li muito e adorei ler, mas descobri que gosto de escrever também. Aqui escrevo, leio e ainda troco uma figurinha lascada com pessoas que gostam das mesmas coisas.


Acho que achei minha tribo. Depois de 39 anos me sentindo um ser exógeno, achei minha tribo.


Claro que também existem subdivisões aqui, não leio todos, não gosto de todos. Odeio que me mandem spam do gênero :"escrevi um novo post, leia e comente". Ora, vá a m***.Leio e comento onde eu quiser, tenha a santa paciência.


Odeio o estilo "tenho raiva da vida" ou as pessoas que usam diminutivinhos a todo momentinho, são duas faces da mesma moeda, um horror.


Tem vários estilos de blogs que não volto, não preciso de mais do que uma zoiadinha pra perceber que não é minha praia.


Mas o que me alegra é ver quantos são bons, deliciosos, interessantes. Os que linkei aqui sou fã mesmo, leio e gosto demais.
Alguns eu descobri em blogs amigos, outros eu vi no meu contador que apareciam por aqui pra me ler várias vezes, outros foram chegando através de outros blogs. O caminho normal. O que me atrai em blogs são os textos bem feitos, ágeis, peculiares, bem humorados, bem informados, contundentes. Ando lendo tanta gente fera que nem sei.


E esses prêmios tem me apresentado a outros blogs viciantes.


Cada dia me vejo descobrindo mais gente blogando loucamente e adoro isso.


Alguns blogs bastam a primeira lida pra que eu saiba que vou voltar , vou comentar, vou indicar.


A dica de hoje é a seguinte: passem no blog da Caki , no da Carol e no da Luciana.


Conheci esses blogs há pouco tempo, mas já linkei e já viciei. Delícia.

Outras vidas



Eu ainda não brinquei no Second Life: não entrei porque me conheço, conheço o nível da minha compulsão e essa coisa de criar personagens e interagir com outros, meio rpg, meio blog e meio loucura total deve ser uma delícia.
Se eu entrar, não saio nem a fórceps, tô dizendo.
O dia que eu entrar, vocês me esqueçam, faço um blog lá dentro e só saio de lá de ambulância, babando e cantando.
Nas poucas vezes que joguei The Simms, me diverti horrores.
Uma das vezes, montei um personagem-marido super bacana pra minha avatar, ele era escritor, bonito, inteligente, uma coisa. Só que eu o fiz tímido e minha prima adolescente, que jogava comigo, quis fazer massagem do fulano, dando uma bolinha básica pra ele.
Ele não só não deixava, como dava um chegapralá bem dado.Ê beleza.....mundo da fantasia é assim mesmo.
Uma outra vez, minha avatar deixava de arrumar a casa pra ficar lendo, quando se irritou com uma outra personagem , bateu com um peixe ( ?????) na cara dela Isso; deu com um peixe (???) na cara da fulana. Ai, que delícia, nunca taquei um peixe na cara de ninguém. O bacana era ver a outra personagem gritar e se encolher cada vez que via minha avatar.Medo de outra peixada no meio das fuças, acho.
A Urubua estava falando, com seu habitual e delicioso cinismo, sobre casamento na Second Life e morri de rir.

Ri porque vi como a loucura alheia é mais colorida que a nossa própria. Cada vez mais me convenço que o chato do Caetano estava certo: de perto ninguém é normal.

12 junho 2007

Notícia boa e saborosa




Ganhei esse selo do Valter. Já tinha ganhado um selo do Lord, quem me lê sabe que fico toda rebolosa quando isso acontece.


Adorei.


Quem está mais próximo e sabe de alguns dos meus problemas, sabe como esse blog é importante pra mim, como gosto de ler e ser lida. E com tomates, ficou ainda melhor.


Preciso premiar alguns queridos blogueiros, vamos a isso: tomatadas na Cláudia, na minha mãe, na Maristela, no Júlio e no Lord.

09 junho 2007

39 músicas (31)


Com 39 anos obviamente já me apaixonei várias vezes. Já casei, já noivei (ops..), já namorei, já morei junto. Mas amar, amar mesmo, acho que amei pouco.Melhor dizendo, amei poucos.

Por incrível que pareça, o amor mais intenso, profundo, de tirar o chão, me aconteceu com 21 anos.

Éramos universitários e namoramos alguns meses. Mesmo muitos anos depois, ainda me abalava quando pensava/falava nele.

Não era pra menos, o então estudante de engenharia era inteligente, bonito, culto, engraçado. Era católico e isso me incomodava horrores. Provavelmente eu fosse mais tolerante hoje, mas na época era um problema grave.

Uma vez, em um daqueles papos de namoradinhos, ele fez a seguinte proposta: escreveríamos uma lista das coisas que nos incomodavam um no outro e trocaríamos a tal lista no dia seguinte, pós- almoço no bandeijão - porque quando se ama, até o bandeijão da universidade é romântico .

No dia seguinte, depois do nosso almoço, entreguei a minha - longa - lista.

Ele me deu um papel, quando abri, estava em branco. Com um sorriso que jamais vou esquecer, disse que nada em mim o incomodava. Nunca adorei tanto uma mentira.

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada



Pela primeira vez fui em uma Campinas Decor. Fui acompanhando minha mãe, que é designer de interiores e entende do riscado. Eu não entendo. Pé direito, pra mim, é aquele que fica do lado do esquerdo. Toseto eu descobri há meses, quando me mudei.


Acho esse universo criativo do arquiteto e do designer um mundo à parte, uma confraria de pessoas que entendem de espaços e texturas. Eu me embanano toda pra me localizar dentro da minha própria cidade.


Acho que por isso sempre admirei os arquitetos. Meu irmão Ricardo, que é arquiteto e lindo, consegue se localizar e transitar em lugares que nunca foi. Cara, inteligência espacial é o máximo.


Quem não tem, como eu, acha que é pura bruxaria.


Votando a Decor. Meu Deus, como sou pobre. Já falei aqui uma vez, quase tive uma síncope quando vi um stand da H.Stern em um hotel que fiquei, em Salvador. Rapá, dessa vez fiquei sem ar: ambientes tão fantásticos, tão longe do meu cotidiano, que me senti uma criança na Disney.


Claro que alguns eram não-bonitos ( porque chamar de "feio" ali não dá...) , mas grande parte era sensacional.


A biblioteca era um ovo, confesso que me decepcionei. Mas os outros ambientes eram tudibom.


Em um dos ambientes havia uma narrativa de lenda japonesa e a possibilidade dos visitantes escreverem pedidos e pendura-los - fechados, claro - para serem queimados depois, uma espécie de árvore de pedidos. Sei lá se seguirão realmente essa tradição, ou se simplesmente irão jgar tudo fora, mas como não me aguento quando vejo uma macumbinha legal, lá fui eu escrever meus pedidos.


Um deles estava aberto, me queimem, mas eu li. Uma letrinha redonda de criança dizia "quero ser bonito, rico, ter dois filhos e um cachorro labrador". Uia, que bonitinho.


Engraçado também ver o público, nunca consigo não reparar nas pessoas, já disse isso aqui. Mulheres bonitas, gays hiper cheirosos, maridos dando vexame ( "olha só, Márcia, viu o tamanho dessa varanda??? metade da nossa casa...risadas.....ih, o que é esse negocinho aqui???") , velhinhas, crianças ( qual deles teria escrito o bilhete?).


Deve ser bom ser rico. Minha casa, minúscula diante daquele monumento, ainda me parece linda e inigualável. Mas eu queria ter grana. Deve ser bom demais da conta.


Ah, estou concorrendo a uma viagem a NY, se eu ganhar, escreverei mais uns posts deslumbrados como esse.

08 junho 2007

Sobre os blogs




Eu já comentei aqui que leio blogs há quatro anos. Li durante três anos, talvez um pouco mais, até decidir escrever o meu. Nesse caminho deixei de ler alguns, passei a ler outros tantos, viciei em vários. Qualquer um que me conheça sabe que ler e escrever aqui é uma das coisas que mais gosto de fazer, o universo dos blogs - blogosfera, com foi batizada - me fascina.


Creio que é a possibilidade de expressão, discussão e criação mais revolucionária dos últimos tempos. Democrática, dá acesso a qualquer um, se os anarquistas do século dezenove pregavam "nem pátria , nem patrão", penso que "nem pauta, nem patrão" pode ser uma interpretação da liberdade criativa do blog.


Encontrei essa campanha aqui há pouco e acho que esse é o pulo do gato : tempo útil, tempo criativo, tempo de comunicação dentro da internet.


Aí eu me irrito quando alguém, sempre com uma carinha de enfado, me diz:


- Não gosto dessas coisas de internet.


Quais coisas , cara pálida?


Porque se alguém colocar orkut e blog no mesmo balaio, está fazendo besteira. Porque a blogosfera é povoada por todas as tribos e estilos, mas com algo em comum, desejo de se expressar.


Uns vão querer falar de política, outros de músicas, alguns vão escrever contos. E serão publicados, serão lidos, serão discutidos. Isso é muito sedutor, pra qualquer um que goste de ler.


E mais do que isso, isso é exercitar a cidadania de forma ampla.


Um mundo onde todos tenham voz e essa voz não possa ser contida : essa é a blogosfera pra mim.



E quem ainda não entendeu isso, ficou plantando no século passado.

Post dentro do post

Sempre que o Arnaldo comenta aqui, digo que ele faz um post dentro do post. No meu último comentário no Lord, ele disse algo parecido. Mas era post mesmo....o que contei no comentário, eu tinha falado aqui.

O garoto do piercing



Ontem fui ao cinema com alguns amigos: escolhemos Premonição, porque eu queria um blockbuster meio terror. Nem vou comentar o filme demoradamente, porque nem precisa. Mas eu particularmente gosto da idéia de prever futuro, sonhos, acordar em diversas realidades, mexer no tempo, coisas do gênero. Sempre tive uma quedinha por esses roteiros estilinho "além da imaginação".

Vimos o filme, trememos com o triller de um outro sobre siamesas separadas - esse vou assistir e dar vexame do cinema, pode escrever - e saimos pra comer alguma coisa.Aí foi que eu o vi. Ele....o garoto de piercing. Não era um piercing, era um coletivo de parafusos, pregos, sei lá mais o quê, pelo rosto todo. Tatuado, bem, tatuado não....tooodo riscado, o rosto brutalmente tatuado e usando uma saia longa.

Olha, era o ó do borogodó.

Eu tentava não olhar, mas meu instinto caxiense me mandava chegar nele de mãos na cintura:

- ô , moleque, vai carpi um quintal que essa palhaçada passa, meu filho...

Claro que não falei isso, só pensei.

Mas pensei, cá com meus botões, que algumas estratégias de protesto(??) são exclusivamente oriundas das classes mais abastadas. Vamos e venhamos, um proleta tem que trabalhar, tem que se manter, isso fica difícil com a cara parecendo um sofá velho reformado.

E não adianta, nunca vou levar a sério filhinhos de papai rebeldes.



05 junho 2007

Blogagem Coletiva e O Monstro do Pãntano


Quando o Lino me convidou pra participar da blogagem coletiva do dia de hoje,sobre um planeta limpo e mais ecológico, pensei logo no Monstro do Pântano.
Alguém já disse que a natureza se vinga e eu concordo. O personagem que podia criar vida vegetal a partir de si mesmo e fazer toda essa vida tomar literalmente todo o espaço humano é a melhor tradução dessa "vingança".
Essa visão assustadora é poderosa, porque creio que algumas situações precisam ser resolvidas com algo mais do que diplomacia. Ás vezes acho que se deve pegar pesado.
Diferentemente dessa necessidade de vingança, a consciência ecológica que está sendo desenvolvida, ainda que quase tardia, pode ser uma saída.Assuntos que até pouco tempo estavam restritos a rodas militantes tomam conta da mídia, expressões que eram praticamente desconhecidas fazem parte do cotidiano do planeta, fazem parte do rol de preocupações das pessoas.
O que me anima nisso é que, ainda que tenhamos chegado nesse nível desconcertante, algo está sendo feito: novas formas de se refletir s0bre energia limpa, novas formas de se conceber combustível, hábitos cotidianos diferenciados, como reciclar lixo. Essa adaptação cultural é o único viés, a única forma de sobrevivência, caso contrário, o Monstro do Pântano vai destruir tudo.

04 junho 2007

Dica da tia Vivien X


Esse texto aqui, sobre as heroínas dos Contos de Fada, está muito bom, divertido, sarcástico. Uma boa leitura pra uma deliciosa segunda feira.

03 junho 2007

39 músicas (30)


Sábado tive de ir em uma Convenção da faculdade que trabalho.
O lado bom é encontrar amigos professores que trabalham em outras unidades, rever pessoas, conversar. Saber a quantas anda a instituição e seus planos, pra saber localizar meus próprios passos ali dentro.
Mas o bacana mesmo aconteceu na hora do almoço: uma surpresa brasileira e paulista - foi assim que o apresentador denominou, com razão - os Demônios da Garoa.
Claro que toda e qualquer seriedade que ainda estivesse presente ali, deu lugar pra uma alegria gostosa. O povo por lá dançou e cantou o tempo todo.
Fiquei na mesa papeando com meus amigos, até que em determinado momento, um amigo vira e diz de um jeito engraçado:
- Acho que estou sendo paquerado.
Eu olho e vejo uma senhora, um pouco rechonchuda, vestido vamp preto e umas cervejas na cabeça, sorrindo. Fez uns sinaizinhos estranhos, acho que era chamando- o pra dançar.Ou tentando fazer isso.
- Eu olhei pro lado, acho que é pra mim mesmo. Ih, hora de ir embora....
- Deixa ela vir aqui, dou uma bolsada da cabeça dela e ela pára.
Disse isso e abracei meu amigo, com cara de poucos amigos pra ela.
Rimos muito disso, cada amiga nossa que chegava, era um tal de contar a história e mostrar a "namorada" dele, toda rebolante.
Juro que ela ainda veio toda "mariposa' , como bem dizia Adoniran, mas teve que ir embora sozinha. Sem chance.
O show foi delicioso, ganhei o dia. Bem que essa fulana queria ter um olhar assim, mas não tinha....

02 junho 2007

39 músicas (29)


Meu segundo casamento não foi assim, bem, um "casamento". Diferentemente do primeiro, onde casei oficialmente, esse foi uma tentativa de morar juntos, depois de cinco anos de um relacionamento intenso, no melhor e no pior sentido. O que percebemos rapidamente é que a melhor escolha seria desfazer essa tentativa de casamento, porque assim como tínhamos momentos inesquecivelmente gostosos, tínhamos brigas homéricas.
Quando deixei R., foi carregando uma raiva tão grande que eu jurava ser absolutamente eterna. Jurei que o odiaria até a morte. Ele jura que nunca pensou isso.Eu sei, cavalheiro...e mentiroso.
Anos depois tanto o amor, quanto a mágoa, ficaram pra trás e , paradoxalmente, ele é provavelmente uma das pessoas que mais gosto e, sem dúvida, uma das pessoas que melhor me conhece.
Leitor da minha Casa , meu amigo pessoal, incentivador da minha dissertação , grande cozinheiro, além de outras qualidade que é melhor nao deixar aqui, R. é uma figura muito querida.
Mas há alguns anos eu só poderia dizer pra ele, enquanto fazia minhas malas...