29 fevereiro 2008

Junho chegando























Em junho,farei 40 anos.Não sei ao certo como será.Adorei fazer 30,achei bacana,achei uma idade de conquistas na vida,essas coisas todas.
Mas acho que fazer 40 implica em fazer um balanço da vida:tenho isso e aquilo,fiz aquilo e isto...mas o outro também pesa,o lado do "ainda não fiz," ou "ainda não tenho" ou coisas do gênero.
Não,não vou selecionar 40 músicas...como fiz ano passado.Achar 39 músicas foi bacana,mas vou pensar em outra coisa.
Por hora,só digo e repito,eu sou a Malu Mulher.

27 fevereiro 2008

Dica da tia Vivien









Vocês já devem conhecer,mas é sempre bom lembrar,esse blog aqui é diversão garantida,confiram.
Meninos,antes que vocês reclamem: o blog não fala sobre tooodos os homens,fala apenas dos palhações.E o título,bom,o título é uma frase que toda mulher,uma vez ou outra na vida já disse,mas depois descobriu que existem outros homens,fora do circo.
Em homenagem a esse blog,republico esse texto.
Beijos a todos.

20 fevereiro 2008

Barraco entre amigos






Eu estava esperado ansiosamente a nova mini-série da Globo:Queridos Amigos.
Estava com um certo receio,porque a autora é a Maria Adelaide Amaral,que há alguns anos adaptou meu livro preferido do Eça - Os Maias - e fez uma caca tão horrenda que me recusei a assistir até o final.Mas isso é assunto pra outro post.
Nesse post só vou comentar duas coisinhas bem básicas: a pressa em começar o "barraco" da história,ou seja,a falta de introdução.Explico.O personagem principal tem um sonho e sai recrutando amigos para um encontro depois de anos.Fica apressado,cenas curtas demais,tudo corrido,onde ele surge para convocá-los.Tem relação ainda com alguns? Ficou claro que alguns ainda tinham contato,mas quais?
Imaginei que na entrada da festa,isso seria esclarecido.
Nada disso:próxima cena,todos na mesa(como foi a entrada? houve tensão?quem não se via há tempos?) e o yuppie gay começa a disparar flexadas contra todos,transformando o almoço em um barraco.Tudo muito apressado,parecia mais uma resenha do que uma cena.
Mas houve um momento muito comovente.Quando começam a assistir a antigos vídeos
( casamento de fulano,ano novo na casa de sicrano..) incluem também a cena da volta do exílio de um dos casais.A sacada foi incluir cenas reais e aí eu não aguentei,chorei deslavadamente,para o espanto do Daniel.Vi Miguel Arraes,vi o Fernando Gabeira...e eu me lembro de ter assistido a isso em 79,com onze anos,sem saber ao certo o que era "abertura" ou "exílio",mas sentindo a emoção do reencontro dessas pessoas.
A cena ganha grandeza com a fala de Denise Fraga,que ao reagir calmamente as provoções do amigo yuppie,diz a que fica reduzida uma pessoa - que como ela - foi torturada.Aquilo que se perde internamente,para sempre.
Aí penso no que o exílio tomou dessas pessoas.
Não há uma vez que o caso do Alfredo Sirkis,autor de Os Carbonários,não me venha a mente.Ele foi exilado quando estava brigado com o pai,quando retornou,oito anos depois,seu pai já havia morrido.
Não houve tempo para o perdão,para fazer as pazes.Isso nunca vai ser apagado.
E aí gente,eu chorei mesmo.

17 fevereiro 2008

Meme facim,facim

Minha mãe me passou um meme,estou fazendo e como aqui é a casa da mãe joana,quem quiser pode pegar e fazer,quem não quiser,leia ou não leia,ou seja,pode fazer como bem entender.Já que a internet é meio terra de ninguém,vamos usar essa liberdade.
O lance é pra contar seis coisas sobre si mesmo.Bora lá.Não tem nada de especial,novo ou sei lá o quê,são apenas algumas coisas que o blogueiro que topou listar,realmente faça.

1)Além da leitura normal,diária,tenho que ler antes de dormir ou demoro demais pra pegar no sono.Gosto de deixar vários livros diferentes pra escolher e ler vários ao mesmo tempo.Sempre literatura;História e outros temas habitam meu dia,mas nunca minhas noites.



2)Sempre começo dietas e as largo,já contei que fiz todas as dietas do mundo e sei que o melhor é reeducação alimentar.Mas acabo desistindo.



3)Leio a mente do meu irmão Ricardo,trocamos olhares e "dizemos" milhares de coisas,em especial quando no meio de pessoas chatas.Tem até argumentação e contra argumentação.Sério.



4)Tenho pavor de altura,mesmo janela de prédios ou roda gigante.Já dei vexame em parques e só vou em brinquedos totalmente retardados e café-com-leite.


5)Adoro fazer maratonas de séries,em especial Lost e Heroes.De preferência,na casa de M. e A., amigos queridos que preparam bolo quente na madrugada das maratonas.



6)Adoro acupuntura,faria todo dia,se tivesse grana para isso.


E vocês,quem topa falar de si mesmo? Vamos lá,um pouco de eguinho regado nunca matou ninguém.Soltem as frangas.

13 fevereiro 2008

A jornalista











Hoje recebi uma notícia que me deixou muito feliz: uma ex aluna (quando trabalhei em uma grande escola católica da cidade) me disse pelo orkut que havia passado na Eca,na Usp.Essa figurinha vai ser jornalista e já antecipo para vocês,vai ser de primeira linha.
Inteligentíssima,articulada,culta e bonita,causava pânico entre os garotos.
Em uma atividade em que alguns alunos e alunas eram "candidatos" a presidência,ela sempre os acertava com um gancho de esquerda nas perguntas.Eles passavam por campanha e tinha a fase das entrevistas.
Em um desses dias,ela fez perguntas tão instigantes e profundas que dois alunos da platéia trocaram olhares e murmuraram:"uia", com ar assustado.Eu ri demais.
Ela passou alguns meses na Espanha e quando a professora - ela afirmava que os professores eram bastante agressivos - disse que o texto estava ruim e ela não deveria "confundir espanhol com brasileiro",ela respondeu calmamente:"não confundo professora,não falo brasileiro,falo português".
Sua outra irmã era uma das que me auxiliava quando eu precisava de um bom narrador para os RPGS.Algumas vezes ela ia no outro horário,para ajudar as turmas que tinham dificuldade em elaborar e conduzir uma aventura de RPG.
Nesse caso,eu a convidava,junto com os outros narradores,para tomar café na sala dos professores.Ela dizia que adorava,dizia que "se achava importante".
Adorei ser professora das duas.
Ao receber as notícias de Naíma,fiquei muito feliz.Me sinto realizada quando vejo meus ex-moleques entrando em universidades,trabalhando,vivendo a fase adulta.
Me sinto feliz em ter participado de uma parte dessa história.

11 fevereiro 2008

A mãe do Toddy




















Eu estava lendo a Anna agora.Eu adoro ler a Anna.Ela foi uma das primeiras pessoas que li diariamente e a primeira que conheci pessoalmente:eu ia apresentar um trabalho no Rio e marcamos uma saída,foi uma delícia quase por inteiro.Eu ainda era uma leitora de blogs,demorei séculos pra fazer o meu.Ela é uma graça,seus amigos também.Quase todos,pelo menos.Por sei lá que cargas d'água,um deles - não me lembro o nome - implicou comigo porque,em determinado momento,eu disse que acreditava na existência de um Deus.Caraca,o fulano tinha bebido e virou filósofo:queria discutir,agressivamente,isso comigo.Eu no maior papo com o Bruno Accyoli, que é hiper interessante e o tal do outro cara querendo discutir a existência de Deus.
Desculpaê,mas essas elocubrações teóricas me interesssam tanto quanto um tratado sobre a reprodução dos pandas.Eu acredito e pronto,me larga,passa amanhã.
Mas,enfim,não era isso que eu ia dizer.
A Anna casou e teve uma filha,uma filha linda e toda fofa.E sua vida mudou:ela virou mãe.E aí é isso mesmo,muda.Você vai deixar,pelo menos momentaneamente,de fazer algumas coisas,não vai ter saco pra outras que gostava e vai descobrir mil outras maravilhosas.
E por mais que estudar seja delicioso,trabalhar seja instigante e essas paradas todas.Nada vai ser igual a ser mãe.É único.
E o mais engraçado,você vai virar a "mãe do fulano" e vai achar a coisa mais engraçada do mundo.
Hoje em dia,com filho adolescente,não sou mais a "mãe do Daniel", sou a "mãe do Toddy".Os moleques ( e meninas..) batem na minha porta e chamam pelo "Daniel", mas é meio solene,porque pela porta afora,ele é o "Toddy" mesmo.
E eu adoro ser mãe do Toddy.

07 fevereiro 2008

Johnny vai a guerra











Acabei de ver "Meu nome não é Johnny".Daniel tinha visto em dvd,na casa do pai,falou muito bem e topou rever no cinema,comigo.
Filmão,como se dizia há algum tempo.(alguém ainda fala assim?)
Não despreguei os olhos da telona,ri e me comovi.Adorei.
Roteiro bacana,que não perde o rebolado,não perde o ritmo.Selton Mello,o único gordinho gostosinho do Brasil,interpreta um João com humor irresistível,rápido e "pleiba",como diriam os presos.Um filhinho de papai que ainda não entendeu o que poderia ou não fazer.João Estrella pode tudo e vai fazendo tudo,até o flagrante que ele tem com a polícia - e acaba com um bate papo e um ranguinho pela madrugada carioca - é engraçado.Não há dúvida,o cara devia ter um carisma dos diabos.
Torra o dinheiro que ganha no nariz e em qualquer coisa,mas não paga a luz ou telefone.De acordo com seu advogado,se o crime organizado dependesse dele,seria o crime mais desorganizado possível.
A cena em que a mãe ganha uma jóia e não sabe explicar em que o filho trabalha é patética:a amiga diz que o filho fez duas graduações e um mestrado no exterior,mas vive sem grana.Ah,essa hora,obviamente,eu e Daniel trocamos olhares,sabemos bem o que é isso.
A juíza,interpretada por uma elegantérrima Cássia Kiss,acaba condenando João a dois anos em um manicômio.Pela quantidade de cocaína que ele consumia,achei que pelo menos um bodezinho ia rolar,mas o filme pula essa parte.Como se ele tivesse parado de tomar coca-cola.
Ele sai,vai trabalhar com música e blablablá.
Vou ser óbvia,ok?
João era traficante?sim.Viveu disso durante anos?sim.Comercializou quilos dessa merda?sim de novo.
Foi preso? nhém.
Dois anos dentro de um manicômio devem ter sido horríveis.Mas o manezão que faz exatamente a mesma coisa está engavetado dentro de um presídio.Exatamente a mesma coisa.Ah,os caras são mais organizados e não torraram grana na Europa.
Outra diferença?O manezão que faz a mesma coisa não tomou uísque com o pai,frequentou a nata(?) da sociedade carioca ou escolas particulares.
Vou ser óbvia, já disse.
Acho bacana que João Estrella tenha reconstruido sua vida.Mas acho uma merda que os pobretões que fizeram um quinto do que ele fez,estejam mofando na cadeia.

06 fevereiro 2008

Clips 3/4

Ano passado falei desta música,mas ela não poderia deixar de integrar essa lista.Me lembra as HQ de Neil Gaiman,cheias de referências,flertando com a mitologia,pautada em um universo simbólico que eu adoraria traduzir.
Quem souber falar sobre o clip,onde imagens de pinturas se mesclam com histórias lendárias,fique à vontade,vou adorar ler.


04 fevereiro 2008

E eu estava lá...











Eu estava aqui na minha mãe ontem,zapeando,quando vi o show o do Chico.O Chico Maravilhoso que eu amo,que minha mãe implica e que o Daniel detesta,apelidando de Chico Bento Chato.
No tal show ele etava mais jovem,e eu comecei a comentar com a minha mãe que em 1988,com meu ex-noivo(sic),eu tinha ido em um show dele na Unicamp,o primeiro que ele dava em anos.Um show histórico.
Comentei que ele deu uma sambadinha desegongaçamente linda e tímida e que a mulherada quase infartou,eu incluída nessa leva,obviamente.Falei isso,o bicho sambou, na tv, na mesma hora.Cantalorei as deliciosas músicas e comentei coisas do show que eu havia visto há vinte anos e elas iam se sucedendo: com o fato dele parar de cantar para que toooodos entoassem "agora eu era o herói,e o meu cavalo só falava inglês...".Lindo,gente como eu,na época com quase vinte anos,gente mais velha,gente mais nova,todo mundo.E ele com aquele sorriso de Chico que faz 99% das mulheres que conheço se derreterem.Lady A. e minha mãe nem ligam, são as anti-chico.
Mas eu faço parte do clubinho das derretidas.Acho tudo nele maravilhoso,o jeito nada arrogante,a intelectualidade,os famosos olhos, o sorriso,todas as músicas,até o gosto pelo futebol. So não gosto da manguaça,porque tenho aflição de manguaceiro,vocês sabem.
No final,vimos que estava em uma dessas tvs comunitárias e que era a tv Unicamp.E o show que eu comentava era o show que eu tinha visto.E eu estava lá.Há vinte anos.