25 dezembro 2008

Que venha 2009






Queridinhos, então 2008 está acabando. Eu até acho que foi um bom ano, longe de ser um dos melhores, ao menos "tirou o bode da sala". Mas ainda falta muito pra coisa melhorar mesmo. As coisas ruins que aconteceram foram didáticas pra mim ( vou poupar vocês das descrições dessas coisas, basta que saibam que houve coisas ruins e que aprendi com elas, ponto), foram cruciais para que eu valorize efetivamente as muitas coisas e pessoas maravilhosas que tenho.
Enfim. Aprendi, ok, vamos pra próxima, certo? ;0)
Espero que 2009 me traga mais do que coisas boas, me traga a realização de sonhos que elaborei com cuidado, carinho e lucidez nesse ano. É isso que espero pra mim, é isso que espero pra vocês.
Particularmente, gosto muito do reveillon, gosto muito da idéia cíclica de encerrar um período e, oficialmente, abrir um outro.
Já fiz minha lista de metas e desejos, estou trabalhando para conquistar tudo que listei. Quanto isso acontecer, conto pra vocês.
Um grande beijo, cheio de afeto e desejo de renovação.
Feliz 2009 pra todos, a gente se encontra por lá.

22 dezembro 2008

Feliz natal em 2008, queridos

Queridos amigos e leitores, amanhã Daniel faz 16 anos e depois de amanhã é natal. São duas datas deliciosas, queridas e importantes.
Então quando as palavras escritas se tornam pouco pra expressar o que rola dentro da mente e do coração de alguém, só nos resta correr pra música, que sempre tem esse poder.
Então, pra vocês, o Rei.
Beijos e feliz Natal.






18 dezembro 2008

Há 16 anos






Em todo aniversário na minha família, minha mãe começa " há XXX anos, eu estava no hospital e ..." e conta nosso nascimento, a mágica de ser mãe, essas coisas todas. A gente sempre tirou o maior sarro, brincando com ela, que ria também.
Eu já disse aqui várias vezes e vou repetir: só entendi o que ela dizia, só entendi o que significava esse amor, quando eu mesma me tornei mãe.
E venho de uma linhagem de mães por exelência, quem conheceu minha avó, dona Gogóia, sabe do que falo, sabe da relação extremada com os filhos.
Dia 23 de 1992, um pouco antes das oito da noite e depois de mais de 24h de um trabalho de parto muito difícil, nasceu Daniel e nasceu uma mãe de 24 anos.
Complicadíssimo descrever o que é olhar pela primeira vez uma carinha toda amarrotada que estava vivendo dentro do seu próprio corpo, indescritível dizer o que significa amamentar: construir o próprio alimento, ser tão suficiente assim. É algo que me lembrava uma super-mulher.
Amamentei muito pouco, apenas três meses, por conta do lúpus e da medicação que deveria voltar a tomar. Essa parte eu não gosto de lembrar.
Mas gosto de lembrar de tudo, de cada idade.
Agora, com um filho que vai fazer 16 anos, descobri que ser mãe de adolescente é muito bacana. E sempre impliquei com adolescentes, mesmo quando eu era uma deles, e achava que seria um período muito chato.
Ah, tem suas chatices, como tem. Mas é tão divertido. É tão divertido poder discutir tantos temas diferentes com ele, ver o interesse dele por política, por arte, ver a sagacidade, o humor.
Daniel foi o melhor presente de natal que já ganhei, foi o meu primeiro natal como mãe, foi o primeiro de todos os outros.


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Quem não conhece e quiser conhecer, tem post novo no meu outro blog, que a Lu do Epa criou e me chamou pra participar. A gente está meio relapsa nele - e nas dietas..- mas 2009 é ano novo, blogs novos e ...peso novo!
Passem por lá.

14 dezembro 2008

Tempo Rei


A primeira coisa que me chamou a atenção no livro, foi a o título. Sei que pode parecer óbvio ululante, mas quando olhei a capa vermelha e li O Filho Eterno, pensei o que qualquer um que tenha tido o mínimo contato alguém com Síndrome de Down pensaria: o título é genial, porque para os portadores da síndrome o tempo é uma abstração incompreensível, tudo é praticamente um presente eterno, para eles a noção de tempo praticamente não existe.E eu sei disso, porque como tive alunos Downs e sou professora de História, e me vi em uma situação angustiante: como ensinar História para alguém que não compreende o que é tempo?
Cristovão Tezza, o autor, o intelectual para quem a possibilidade de um desenvolvimento que fosse aquém do convencional era uma tormenta, tinha tido a inverossímel profissão de relojoeiro.
O ex-relojoeiro tinha então que lidar com o não-tempo do filho, o tempo eterno do filho.
Tezza construiu um romance com rara franqueza, com rude franqueza, despido de qualquer pudor, onde tem seus sentimentos mais recôndidos revelados. Sem pena de si mesmo, ironiza suas atitudes, ironiza suas desculpas e assume, de forma dolorosa e aberta, a frustração e o medo que sentiu ao ser pai de Felipe, um menino com síndrome de down.
E o texto não é um daqueles que mostram o pai rejeitando e amando pouco tempo depois, todo felizinho. Não. Mostra o pai desejando a morte daquele "filho errado" , como ele classifica, mostra o pai tentando toda e qualquer estratégia para normatizar o pequeno e transformá-lo no tal filho certo.
Concomitantemente a narrativa em que a aventura de ser pai é descrita, Tezza se alonga em uma deliciosa digressão onde sua temporada como trabalhador e como estudante na Europa, onde seu olhar, longe de ser saudoso, mas uma vez tem o tom sagaz e cruel de uma ironia sem perdão. Assim, o livro é narrado em dois tempos: o tempo de Felipe e o tempo antes de Felipe, onde tudo converge para que conheçamos de forma mais intensa o pai.
Assumir Felipe não era apenas assumir um filho , e um filho down, mas era assumir uma vida de adulto, perceber que embora ele negasse, tempo que havia passado.

"Um gancho atávido ainda o prende à nostalgia de uma comunidade de teatro, que frequenta uma vez por ano, numa prolongada dependência ao guru da infância, uma ginástica interminável e insolúvel para ajustar o relógio de hoje à fastasmagoria de um tempo acabado" (p.12)

Assim, o tempo é um personagem à parte: o tempo que o antigo Tezza tentava parar, o tempo que Felipe não concebe e o tempo real, reorganizando as relações e desenvolvendo o amor que finalmente surge e toma conta do pai, que resolve crescer, trabalhar, ser pai efetivamente.
A história aparece pautada na literatura, tudo parece ter significado através de uma interface com alguma referência literária. Assim a vida é compreendida melhor através dos livros, como se eles dessem sentido à realidade.
O pai compreende o mundo através dos livros e perceber que isso seria impossível para seu filho praticamente o destroça.
Descobrir o amor desse filho, descobrir o amor por esse filho, tudo isso acontece de forma paulatina, dolorosa e profunda.
Acho que poucas vezes vi algo tão genuinamente franco, tão corajosamente franco.
Tezza foi laureado com vários prêmios ( Bravo!, APCA, Jabuti , Portugal Telecom) e tudo indica que ainda irá receber mais alguns, o que sinceramente, eu espero.

02 dezembro 2008

Queridos Amigos


Eu entrei na Unicamp em 1989, me formei em 1992. Desde então, muita água passou debaixo da ponte e alguns amigos eu perdi de vista. Alguns sairam do país, outros foram pra outros estados, outros deixei de ser amiga, outros perdi de vista. Mas tenho na minha vida alguns deliciosamente escolhidos, que entra ano, sai ano, continuam fazendo parte do meu cotidiano.
Alguns eu vejo mais, alguns mantenho contato por email e marco encontros eventuais, mas estão presentes na minha vida.
Outro dia, eu estava pensando em uma amiga que não via há pelo menos oito anos. Edilene, de uma turma anterior a minha, que morava na mesma república que Mara, uma das pessoas mais engraçadas que já conheci. Mara e eu nos falamos por email, sempre marcamos um almoço em um japonês aqui de Campinas e continuamos colocando a fofoca e as risadas em dia.
A Edilene foi pra Itália, foi pra Fortaleza e eu a perdi de vista. Mas com uma googada, consegui achar a faculdade onde ela dá aulas e escrevi para ela.
Depois de todos esses anos - que descobrimos ser dez...- a amizade continua a mesma, o que me deixou muito feliz.
Rindo, lembramos que conheci meu ex marido, pai do Daniel, em um aniversário dela à fantasia, onde eu estava de dark, ela de cigana, Mara de freira..isso foi um passo para olharmos as fotografias e descobrirmos aqueles jovens fantasiados e felizes.
Como ela está morando em São Paulo, combinamos um almoço no sábado passado: foi ótimo. Ela convidou um casal extremamente simpático, a conversa fluiu tranquila e foi ótimo saborear aquele banquete à italiana.
Sua mãe estava lá e também pude conhecer seus dois filhos: um garotinho lindo e uma menininha fofa. O marido, um historiador italiano que veio pesquisar aqui, não estava no Brasil, mas vou revê-lo depois, com certeza.
Acho que a vida vai levando os amigos pra longe, ainda que morem na mesma cidade, são as pequenas coisas do cotidiano, a rotina do trabalho, tudo isso vai ocupando toda a nossa vida. E se não olharmos com um pouco mais de cuidado, pessoas importantes simplesmente viram fumaça.
Eu faço questão de manter as pessoas que gosto - e que valem a pena - dentro da minha vida, e a Di vale, como vale.