28 maio 2011

Bazinga!













Gosto de séries desde que eram toscas, desde as clássicas da minha infância ( Terra de Gigantes, Jeannie...), passando pelas trash 80 ( Dallas e afins) e chegando nas geniais anos 2000.
Gosto porque os textos são interessantes, o humor é fino, o ritmo é perfeito. Gostei dee Friends e ouvi de um amigo roteirista que foi revolunionária no sentido de dar um outro padrão de ritmo às piadas, virando portanto, uma espécie de padrão.
Gosto nas séries que envolvem o universo do Direito, apesar de me chocar com o recorrente e frenético discurso reacionário. Outro dia dou exemplos, porque hoje vou me ater nas sitcons.
E aí, a bola da vez é The Big Bang Theory. Para quem ainda não assistiu, trata da esfera geek, meslanco a nerdice tímida de uns com a genialidade arrogante de outros.
São quatro amigos acadêmicos nerds - três físicos e um engenheiro - envolvidos em um - delicioso - mundo de HQs, jogos eletrônicos, séries sci fi e uma antológica ausencia de traquejo social. Sua semana é dividida perante o humor TOC de Sheldon, o brilhante e esquisitíssimo Louva Deus Gigante que tem rotinas específicas ( como o Dia de Jogar Halo ou Dia de Comer comida tailandesa). Seus amigos, o judeu Howard que mora com a mãe e dá insistentes e patéticas cantadas em qualquer mulher, o indiano Raj, um astrofísico que só consegue falar com mulheres depois de uma dose de alcool e Leonard, um encantador e esquisitinho físico apaixonado pela vizinha, a atriz-garconete Penyy: uma garota do interior, bonita e engraçada, que tem um apartamento dessarrumado e atitudes completamente fora do do padrão patricinha louca.
Sem dúvida, a estrela é o personagem Sheldon, um físico genial, ultra geek, que não tem nenhum resquício de inteleigência emocional, tem uma espécie de autismo relacional e tem discursos interessantíssimos e engraçadíssimos que apresentam sua forma acadêmica de traduzir as relações sociais, sempre com o distanciamento de um estudioso, comno no episódio do natal.
Depois comentamos mais, já que a nova temporada inclui novas personagens. E isso não é Bazinga.

27 maio 2011

Tio neném e suas histórias















Tio Neném era irmão de meu avô Belo: aquela história que já mencionei por aqui...dois irmãos paulistas e tropeiros, que levavam os bois do pai fazendeiro, casando com duas irmãs cariocas.O que causou uma certa peculiaridade, pois todos os primos tem absolutamente todos os parentes em comum,algo diferente e bacana: primos-irmãos.
Uma vez, quando eu tinha uns seis ou sete anos, sentada no seu colo para ouvir histórias da antiga fazenda - a Dourada - percebi uma coisa engraçada:
- tio...
- fala.
- você está careca...tem uma carequinha aqui
....
- ah, mas ninguém sabe...- rindo - como você foi descobrir? Olha, você penteia meu cabelo e esconde essa careca, tá?
Super feliz, acreditei que só eu sabia que ele era careca. Quando o via, corria pra pentear seus cabelos, esticando alguns fios e tampando aquilo que apelidamos de "minha descoberta".
E eu adorava vê-lo, adorava as histórias de quando ele fugia das aulas pra nadar no rio, gostava das traquinagens, gostava de um mundo de menino de fazenda com lendas e bichos.
E ele tinha a mesma verve que meu avô: as histórias tinham efeitos especiais, silêncios, sons, barulhos de vento e rugido de onças, me deixando hipnotizada.
Uma vez, em sua chácara, me encantei com um porquinho. Isso, um porquinho, filho de porca...Quem pensou em uma coisinha como porquinho-da- índia errou, era um pequeno leitão.Oinc.
Ele me deixou levar o porquinho para casa - ou melhor, para o apartamento onde eu morava - com a promessa de trazê-lo quando estivesse maior.
"Chiquinho" andava com roupinhas de boneca, capinha, pagão e outras coisas que minha avó costurava pra mim. Tomava leite de chuquinha, corria e fazia um barulho enorme ao escutar o barulho da tal chuquinha batendo no chão. Umas batidinhas eram suficiente pra ver aquele porquinho, de capa vermelha, correndo pela sala.Oinc,oinc.
Morreu pequeno e chorei horrores, mas tio Neném me consolou, com aquele jeito de quem nasceu pra ser avô.


***Texto publicado originalmente em 2007.

Porque o período pré aniversário é sempre nostálgico

07 maio 2011

Bizarre Love Triangle


Costumo sair pouco à noite. Pouco mesmo, se fosse portuguesa, diria "quando o rei faz anos", porque é mesmo assim.
Entretanto, a despeito dessa rotina de noites caseiras, fui na Apô sexta feira,dia de flash back, ui. Claro que quem tem mais de quarenta sabe que a casa existia na década de 80 e bombava. E claro que quem me conhece sabe que eu não ia, porque tinha como política de vida não frequentar lugares patricinhescos e mauricinhescos.
O fato é que a casa reabriu há alguns anos e reagrupa pessoas que querem dançar, curtir uma certa nostalgia básica, papear, tal e coisa. E eu vou. A casa mudou, eu mudei, todo mundo mudou e pronto.
Eu super indico, sai uma baladinha beeem interessante: se você chegar cedo, pode curtir um jantar japa - na faixa - no restaurante, beber algo e conversar. A pista só lota depois das onze e fica cheio o suficiente; nem tão vazio que pareça decadência, nem tão cheio que você se desespere, fica na medida.
Povo mais jovem, corra, lá nós - os velhinhos e velhacos - comandamos.;0)
Mas o caso é que eu gosto, gosto sim, indubitavelmente, mas é inegável que eu não me integro. Interessante, isso. Consigo me conecatar com algumas pessoas, mas me joga em um grupo, seja ele qual for e as pessoas se transformam em personagens. Não me identifico com elas, acabou olhando-as com curiosidade e distanciamento.
Ali personagens memoráveis, como a moça que tal qual o Daniel do BBB11, dançou a noite toda agarrada a um - não era coqueiro, hehe - pedaço do corrimão da escada. Vi também um cinquentão com cara de recém divorciado, no melhor estilo "tô an pista" e pensei que a última saída com a esposa deveria ter sido uma barulhenta churrascaria no dia das mães. Aí se separa e sai pra dançar, coisa que deve ter negado pra mulher. Bom, por ai vai, vou viajando nos personagens.
Qualquer hora conto mais.Por hora ,indico, na outra sexta não vou...pois é lançamento do cd da Tais e eu não quero perder, mas depois, pode contar comigo, a gente se vê por lá. Beijos, queridos.