06 julho 2012

Nossa loucura de todos os dias.


Vi esse croqui do Louboutin no site Garotas Estúpidas e imediatamente lembrei da mania ensandecida de pés pequenos que assolou a China durante muitas décadas.
Apesar de reconhecer que o salto alto é uma tortura insana, confesso que cedo ao senso comum e acho bonito. E uso. E gosto. E até aprendi que o tal solado vermelho é leeeaaando.
Mas apesar disso tudo não posso deixar de pensar em quem foi o dono ou dona dessa ideia doida de colocar a gente com essa coisa no pé.
Mas ao olhar esse desennho e ver o pé deformado, torto, estranho, só pude me lembrar disso:

05 julho 2012

A água da Rita me lembrou as minhas águas




A Rita, minha querida Rita, em um post delicado e encantador, falou sobre a chuva . Sobre ela e a chuva, a menina Rita e a chuva.
E eu vi, quase imediatamente, a mim mesma na janela, na primeira vez que olhei a chuva. Olhei tipo olho no olho.
Era uma daquelas chuvas grossas que caem com  pingos gordos e fazem um pequeno cataclisma no chão, na água. O barulho forte e a marca dos pingos. O barulho forte e a marca dos pingos.
E eu fiquei ali na janela. O barulho forte e a marca dos pingos. O barulho forte e a marca dos pingos.
Era em uma época tão distante que eu ainda chupava chupeta. Objeto queridinho que só deixei aos cinco anos, mais ou menos. ( Pedi pra alguém jogar fora e me lembro dela voando. Chorei no meio do voo e pedi outra e não foi daquela vez que me despedi da danada)
Mas o bom da chuva, o bom mesmo, viria anos depois.
Quando eu descobri as delícias do banho de chuva. Em especial vindo da escola, molhando o uniforme e destuindo os cadernos. Melhor do que pegar a chuva era correr  com as amigas e pular nas poças de água com aquela alegria febril que somos capazes de sentir aos dez anos.
A chuva vai sendo recodificada, assim como tudo. Hoje é o barulhinho que me ajuda a dormir ou aquilo que me faz temer dirigir. Mas não tomo banho de chuva, nem olho a marca dos pintos gordos.







O passado mora ao lado



Será que existe uma determinada idade em que a gente simplesmente deixa de se importar? Será que em algum momento a gente se perde daquele jovem que se incomodava e ousava?
Talvez.
Mas em algum canto esse jovem mora, talvez mais contido, menos crédulo e  mais cético. Mas em algum lugar ele está.

04 julho 2012

Confesso que sonhei

Eu costumava ter sonhos que eram verdadeiras odisseias.  Praticamente tinham capítulos.
Já sonhei em desenho: com direito a dragão maravilhoso que se transformava no meu amor de então. Ui.
Sonhei com narrador. E posso jurar que alguns tinham legenda.
Mas o mais legal,  o mais legal mesmo, era ter o chamado Sonho Lúcido. Essa coisa é mais ou menos o seguinte: em determinado momento, você tem a clara noção de que aquilo não é real, é sonho.
Algumas vezes isso aconteceu em meio a pesadelos, algumas vezes em ótimos sonhos. Nunca foi  à la Freddey Krueger e nunca consegui fazer coisas bacanas como voar ou ter poderes conscientemente.
Ainda assim, sabendo ser sonho, é possível fazer praticamente tudo sem medo.
Não é genial?